A indústria brasileira sempre foi o motor da economia — e, ao mesmo tempo, o setor mais penalizado por um sistema tributário caótico, fragmentado e regressivo. Por décadas, o setor conviveu com distorções que encareceram a produção nacional, alimentaram o custo Brasil e tiraram a competitividade das empresas, especialmente frente ao mercado externo.
Agora, o país atravessa uma virada histórica.
A aprovação da Reforma Tributária (PEC 45/2019) sinaliza um novo capítulo na forma como produtos, serviços e investimentos serão tributados. E, para as indústrias, essa transição não será apenas uma adequação fiscal — será uma redefinição de modelo de negócio.
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O que está em jogo é mais do que o nome dos tributos. É uma mudança de lógica: da tributação no início da cadeia para a tributação no destino; da cumulatividade oculta para a transparência na formação de preços; da guerra fiscal entre estados para um sistema mais neutro e previsível.
Quem entender o novo cenário antes, terá vantagem. Quem continuar tomando decisões com base nas regras antigas, vai travar em um mundo que não existe mais.
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| O que muda, na prática?
A Reforma Tributária aprovada em 2023 busca romper com um padrão disfuncional, criando um novo modelo de tributação — mais alinhado ao que se pratica em países desenvolvidos. A proposta não é apenas uma troca de nomes de tributos. É a implantação de um Imposto sobre Valor Agregado (IVA) dual.
Substituição de tributos
A Reforma extingue cinco tributos:
- PIS
- Cofins
- IPI
- ICMS
- ISS
E cria dois novos:
- CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) – federal
- IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) – estadual e municipal
Ambos com base ampla, regras uniformes e sistema de crédito financeiro integral.
Tributação no destino
A carga tributária migra do produtor para o consumidor. Isso tende a:
- Reduzir o acúmulo de crédito
- Eliminar o efeito cascata
- Tornar o produto nacional mais competitivo
Fim da cumulatividade
Com a não cumulatividade plena, toda aquisição tributada gera crédito — sem a necessidade de enquadramento como “insumo essencial”.
Simplificação e uniformidade
As legislações fragmentadas de ICMS e ISS serão substituídas por regras mais homogêneas, com regulamentações centralizadas.
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| Os impactos nos custos industriais
A conta muda: o crédito aumenta
Itens antes não creditáveis, como energia, serviços e aluguel, passarão a gerar crédito integral. Para muitas indústrias, isso pode significar um alívio relevante na composição dos custos.
Mas atenção: nem todos ganham
Alguns segmentos podem sofrer aumento de carga, como:
- Indústrias com incentivos fiscais extintos
- Produtos sujeitos a alíquotas especiais
- Itens considerados “não essenciais”
A ilusão da alíquota “neutra”
Mais importante do que a alíquota é a relação débito/crédito. A empresa precisa simular cenários concretos para entender sua carga efetiva.
| Créditos, insumos e cadeia produtiva
Crédito financeiro integral
Todo imposto pago em etapas anteriores gera crédito — incluindo energia, serviços, consumo e até investimentos em ativos.
Efeitos na cadeia produtiva
A lógica de crédito total favorece:
- Reorganização de fornecedores
- Revisão de processos produtivos
- Reestruturação logística
Reflexo nas exportações
Exportadores devem operar com menos acúmulo de crédito. A devolução automática deve melhorar a competitividade externa.
Reorganizar para economizar
A empresa que entender essa lógica antes poderá reorganizar sua operação de forma mais eficiente e estratégica.
| A indústria na nova guerra fiscal
O que está acabando?
Com a tributação no destino, perde força:
- O uso de incentivos estaduais
- A guerra fiscal entre estados
- A escolha de local por razões tributárias
Tributação no destino
A produção deixa de gerar arrecadação local. O imposto será recolhido onde está o consumidor final.
Fundos de compensação
Dois fundos serão criados:
- Desenvolvimento Regional
- Compensação de Perdas
Mas ainda há incertezas sobre sua aplicação prática.
Hora de recalcular a rota
Empresas precisarão repensar localização e incentivos. A lógica de eficiência operacional substituirá a lógica fiscal na decisão geográfica.
| O que fazer agora?
“Quem se antecipa, transforma risco em estratégia.”
Checklist estratégico:
- Diagnóstico tributário
Mapeie incentivos, riscos e créditos acumulados. - Simulações com o novo modelo
Projete os efeitos da CBS + IBS na sua operação. - Reestruturação da cadeia
Avalie mudanças em fornecedores, contratos e logística. - Revisão da localização
Reavalie incentivos regionais à luz da nova regra. - Atualização de contratos e preços
Renegocie com base na nova estrutura de custos. - Capacitação e tecnologia
Prepare sua equipe e sistemas para o novo modelo.
Portanto, a Reforma Tributária representa um marco. Não apenas no modelo de arrecadação, mas na forma como as indústrias devem pensar suas operações.
Quem entende o que muda, se antecipa.
Quem simula cenários, toma melhores decisões.
Quem age hoje, lidera amanhã.
Porque no novo sistema, não vence quem tributa menos. Vence quem pensa melhor.
Pensando nisso, nós, da FAS Group, temos um time especializado e preparado para auxiliar empresas e seus sócios, mas também o contribuinte pessoa física em assuntos contábeis e tributários.
Somos um escritório com mais de 60 anos de experiência, focado em apoiar empresas e em auxiliar pessoas físicas e jurídicas. Assim, enquanto trabalhamos para organizar a casa, você se concentra naquilo que você faz de melhor.
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