Enquanto o debate político sobre a Reforma Tributária ainda domina as manchetes, a transformação real já começou, silenciosa, técnica e implacável.
No último dia 17 de outubro de 2025, a Receita Federal e o Serpro anunciaram a integração de 129 novas empresas ao Piloto da CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), um ambiente de produção restrita criado para testar, em escala controlada, o novo sistema que substituirá o PIS e a Cofins a partir de 2027.
O movimento marca o início da terceira fase do projeto-piloto, oficializado pela Portaria RFB nº 549/2025, e confirma que a transição não será apenas legislativa, será tecnológica.
A CBS está nascendo dentro dos sistemas, linha por linha de código, XML por XML.
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| Como funciona o piloto da CBS
O piloto é uma espécie de “laboratório fiscal em produção”.
As empresas selecionadas, agora totalizando três grupos distintos, estão testando regras de cálculo, estrutura de notas fiscais, simulações de apuração e validações automáticas dentro de um ambiente que reproduz o sistema tributário real, mas sem efeito jurídico.
Nesse espaço, o Fisco está ajustando ferramentas que em breve farão parte da rotina de todos os contribuintes, como:
- Apuração Assistida, que calcula automaticamente os tributos devidos e os créditos permitidos em cada operação;
- Calculadora CBS, o “motor oficial” que valida alíquotas e bases de cálculo no momento da emissão da nota;
- Simulador, que permite o upload de XMLs de NF-e para testar regras de apuração e identificar divergências antes que virem rejeições;
- Portal Único e Receita Atende, canais de suporte direto entre empresas, Receita e Serpro.
Essas ferramentas já estão moldando o ecossistema digital da Reforma Tributária do Consumo.
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| Por que esse piloto muda tudo
A CBS será o primeiro imposto brasileiro a nascer totalmente digital.
Não haverá formulários ou cálculos manuais: tudo será processado em tempo real, com base em dados estruturados das notas fiscais eletrônicas.
O piloto revela a direção do futuro: o Fisco será um sistema de validação contínua, e não um destinatário de declarações mensais.
A relação entre empresa e Receita passará a ser mediada por algoritmos, APIs e motores de cálculo oficiais e o sucesso operacional dependerá diretamente da qualidade dos dados enviados.
Em outras palavras: o erro deixará de ser tributário e passará a ser tecnológico.
| As empresas que estão dentro e as que estão de fora
A seleção das 129 novas empresas foi feita pela Receita com base em critérios técnicos: setores estratégicos, maturidade tecnológica e relevância no ecossistema fiscal.
A participação não é aberta ao público, mas o modelo será aplicável a todos os contribuintes quando o sistema entrar em vigor.
Mesmo as empresas fora do piloto já podem e devem se preparar.
O uso da Calculadora CBS (disponível publicamente), a revisão de cadastros fiscais (NCM, CST, CFOP) e o teste de XMLs de notas fiscais são passos que podem (e precisam) ser dados agora.
Quem deixar para fazer esses ajustes em 2026 enfrentará um cenário de rejeições automáticas, glosas de créditos e gargalos operacionais logo no início da obrigatoriedade.
| O desafio: qualidade de dados
Com a CBS e o IBS, a apuração se tornará transacional.
Cada item de cada nota fiscal será validado de forma automatizada, cruzando informações entre empresas, fornecedores e órgãos públicos.
Isso significa que a governança de dados fiscais deixará de ser um diferencial e se tornará uma exigência básica de sobrevivência.
Empresas precisarão investir em cadastros confiáveis, integração de sistemas e automação.
A nova pergunta não será mais “quanto você paga de imposto”, e sim: “seu XML está limpo o suficiente para passar pela calculadora da CBS?”
| A CBS como ensaio geral da Reforma
A Contribuição sobre Bens e Serviços é o primeiro passo da Reforma Tributária do Consumo, que também inclui o IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e o IS (Imposto Seletivo).
A CBS entra em vigor plena em 2027, mas a fase de calibragem de 2026 já terá alíquotas-teste e exigência de campos técnicos nas notas.
O piloto atual é, na prática, o ensaio geral do novo sistema tributário brasileiro.
E o aprendizado dessas 129 empresas será o que definirá os ajustes finais da arquitetura fiscal do país.
A integração de 129 empresas ao piloto da CBS pode parecer um detalhe técnico, mas é, na verdade, um divisor de águas.
Pela primeira vez, o Brasil testa um imposto de forma digital, em tempo real, com dados reais.
O recado da Receita é claro: a Reforma Tributária será feita dentro dos sistemas, e não no papel.
E o tempo para se preparar é agora.
A empresa que limpar seus cadastros, treinar seu time fiscal e alinhar seu ERP com os novos motores de cálculo chegará em 2027 com tranquilidade.
Quem esperar, vai aprender na prática e de forma dolorosa, o que significa a expressão “rejeição automática”.
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